quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Palavras vazias

No fundo das frases, muitas vezes, grandes contradições. Aos que falam abertamente sobre igualdade, lembro-os que existe um problema em seus discursos: não há como defender o ideal de uma nação igualitária quando é incentivado o desenvolvimento da educação saqueadora, que mata a natureza; do conhecimento individualista, para disputar um lugar que garantirá o que comer. Não há como falar em igualdade quando se tem competição. Em tal temos um vencedor e um perdedor e com isso lugares diferentes do pódio. Também não há como falar disto quando se destrói para construir.

Assim, por cima, o que é tudo isso que defendemos? Queremos ir para o espaço, encontrarmos novos planetas habitáveis, mas não conseguimos encontrar um jeito de conviver. Todos nós temos consciências diferentes, isto é a priori da questão. A palavra que sai da boca é a que faz a diferença. Mas o que motiva a boca falar é a essência. Talvez, para chegar aonde se deseja, nesta harmonia, precisamos encontrar pela frente mais alguns problemas e controlar a ansiedade do ego. Isto esta na maneira de como vivemos. Encontrar experiências que nós mostrem a verdade sobre este bicho humano e do seu lugar na natureza. Será que é desenvolver a economia do planeta?

Além do mais, a dignidade é a palavra principal que não esta no discurso daqueles defensores da igualdade. Dignidade não é ficar esperando alguém tomar decisão e muito menos o dinheiro entrar no banco. É digno podermos escolher e saber que somos autônomos na maneira de como vivemos. É digno ter a liberdade de fazer escolhas para manter a vida seguindo o seu ritmo, manter esta pulsação, sem destruição, sem degradação da natureza. Está na hora de voltarmos para natureza.

Então, antes de tudo, da dignidade e da igualdade, o entendimento do fluxo da natureza, que carrega seus fluidos, a sua vida, os ritmos nela existentes. Com isso, entende-se que estamos lutando, discutindo sobre nossos problemas sem antes ter um preparo e conhecimentos de tais preceitos básicos da própria terra que pisamos. Somos fruto da natureza e não de algo virtual. Não fomos criados por nenhuma entidade sobrenatural: fomos criados pelos fluidos, pela natureza que nos acolhe. A atitude de viver, de criar um mundo paralelo já esta mais que provado que não dá ceto.

De que forma pensar em dignidade? Apenas humana? E a igualdade: apenas entre humanos?
Isto escrevo por perceber nos hábitos cotidianos sentimentos que demonstram a condição de nos, humanos, estarem fora de tudo da natureza. Alimentamos cada vez mais o nosso egoísmo, pois esta escrito que da natureza tudo o homem pode tirar, saquear. Estes que criam discursos que tentam legitimar condições para que seu desejo seja realizado. O que desejar sem afetar? Então, nesta questão, encontra-se o medo. O grande causador de toda bagunça humana, que existe e precisa ser tratado.

Como podemos desejar o privilegio da igualdade, da dignidade se não conhecemos os limites e o devido respeito pela vida? Não entendemos ainda a profundidade destas palavras, apenas o belo status que elas proporcionam.